Zé Pelintra
A Umbanda é um livro aberto, vamos escrevê-lo juntos?
Conheça Mãe Gardênia d'Iansã
Este material vai abordar a trajetória de uma mulher de 49 anos, que nasceu no chão do terreiro de sua mãe, sim estamos falando dela, Maria Gardênia Freitas de Lima, conhecida como Mãe Gardênia D’Iansã, sacerdotisa do Centro Espírita de Umbanda Jesus Maria José, criado em 1956, por sua mãe Balbina Freitas de Lima, Mãe Balbina do Caboclo Rei dos Índios.
Vamos viajar no tempo, começando pelo dia de seu nascimento, 24 de março de 1972, sendo batizada na Umbanda com apenas um mês de nascimento, tendo como padrinho o Caboclo Tupinambá.
Aos 14 anos, inicia sua caminhada no terreiro quando começa a girar com os guias, sendo consagrada mãe de santo no dia 18 de agosto de 2007, trabalhando principalmente com os guias Nego Chico Feiticeiro, Caboclo Tupinambá, Preta Velha Mãe Maria, Pombagira Maria Padilha, Exu Marabô e a menina Tapuia.
Mãe Gardênia d’Iansã tem atuação na defesa e da difusão da Umbanda através de iniciativas culturais e participações em produtos artísticos, em 2021 foi uma das protagonistas no documentário “Eu te Benzo, Eu te Curo - A ciência do galho na fé”, de Fernanda Azuka, que aborda a prática da cura através de rezas, benzimentos, orações e banhos de ervas praticadas por mães de santo da Umbanda; no curta-metragem “Narradores da Fé”, que destaca a necessidade do respeito religioso para com as expressões afro-brasileiras” e em lives e vídeos gravados e postados no canal do YouTube do seu terreiro.
Mãe Gardênia d’Iansã coordena o grupo artístico Torres d’Oyá, criado em 1991 por Mãe Balbina, e que se apresenta em cânticos e movimentos próprios da cultura dos povos de terreiro, tendo como um dos principais objetivos ensinar a letra e o ritmo dos pontos cantados. No grupo, ela também atua como uma das principais intérpretes.
Com a partida da Mãe Grande, em março de 2021, Mãe Gardênia d´Iansã assume definitivamente o comando do Centro Espírita de Umbanda Jesus Maria José, terreiro com mais de 66 anos de existência. De imediato o primeiro desafio da guerreira de Iansã foi cumprir os ritos fúnebres da mãe, como prevê a Lei de Umbanda, em seguida foi o ritual de preparação do terreiro para o novo comando, e para concluir, se fez necessário “tirar a mão de vumbe”, que trata da preparação dos filhos do terreiro para o novo comando.
“Não existe armadura mais forte do que a sua fé. Enquanto o silêncio dos Pretos Velhos te emocionar, seu caminho é e sempre será a Umbanda. Você não anda só, carrega a força do povo contigo. Enquanto você for do sarava tua fé irá te proteger de tudo e de todos..”
Zé Pelintra