“...Essa linha é um paradoxo! Ao mesmo tempo que é uma das mais tradicionais e cultuadas através da figura de Iemanjá por todo Brasil, nas festas de fevereiro e de dezembro, também é uma das linhas mais esquecidas nas giras das neo-umbandas...”
A Umbanda é uma religião espiritualista que inclui ritos de possessão por espíritos mais ou menos associados a aspectos da natureza. Entre estes, existe o chamado “Povo das Águas”, em que se incluem espíritos de Marinheiros, Caboclas e outros. Dentro da Umbanda que eu cultuo, de caráter tradicional, é a sexta linha das sete linhas principais de Umbanda. Sendo regida pela Orixá da vida, Iemanjá. Nesta linha podemos encontrar figuras incríveis como os sempre positivos marinheiros, trazendo alegria e um jeito bonachão com seu gingado e suas conversas de alto-mar.
Durante os rituais, os médiuns em transe utilizam-se da água de diversas maneiras: recomendam banhos e chás aos chamados consulentes e podem ser feitos com diversas ervas, flores e formas. A água aparece também nos pontos cantados que evocam diversos modos deste elemento surgir na natureza em suas letras, revelando os seus usos nas giras e o seu simbolismo no culto. Também encontramos as enigmáticas sereias e seus cantos belíssimos, que segundo as lendas, podem encantar um homem a ponto do mesmo perder seu raciocínio e ir parar no fundo-do-mar. Ainda encontramos os calungas, exus ancestrais que tem uma ligação tremenda com o povo e a energia marítima.
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