Equilíbrio da Água
- Instituto Mãe Balbina
- 29 de jun.
- 2 min de leitura
No Equilíbrio da Água, tudo se alinha: o corpo se acalma, a alma se purifica, o axé se renova. Em cada gota que escorre da mata, há força, silêncio e ancestralidade. A obrigação não é apenas um rito, é reencontro com os encantados, com o nosso íntimo e com tudo aquilo que nos mantém de pé.

Evento: 8ª Louvação da Cacheira
Dia: 27/06/2025
Horário: 07:00/19:00
Local: Cachoeira de Paracupeba Redenção/CE
Público: 60 pessoas no formato presencial; mais de 10 mil no formato digital
Texto: Filho de Pemba
Imagens: Acervo Instituto Sociocultural Mãe Balbina
Mais uma vez, a Família Umbanda Jesus Maria José cumpriu sua missão com a obrigação da Cachoeira de Paracupeba, em Redenção. No dia 27 de junho de 2025, completamos sete anos dessa obrigação que já virou tradição no nosso calendário espiritual. É uma jornada de fé, ancestralidade e renovação que se fortalece a cada novo ciclo.
Tudo começa meses antes, com os filhos do terreiro já se movimentando com o planejamento. Seis, sete meses de preparação, de intuição, de responsabilidade com o que essa obrigação. O povo do terreiro se organiza em torno do que vai além de uma gira, é um chamado coletivo para o ponto de força onde a natureza e o espiritual se unem.
Mais uma vez, ônibus saiu lotado, cheio de filhos da casa e também de convidados que se somaram à corrente. Não é passeio, é missão. Chegamos com respeito e entrega. A gira é feita à beira da cachoeira, onde louvamos o povo da mata, da pedreira e das águas. Cada toque é um elo com os encantados.
Naquele polo, a energia não só se sente, ela pulsa. A água que desce é a mesma que limpa, cura, fortalece. Quem chega cansado, volta de alma lavada[1]. O terreiro inteiro canta, dança, ora e recebe. A vibração da mata e da pedreira se mistura com o canto das águas e a energia dos guias.
A obrigação da cachoeira é um ponto vital no ciclo do terreiro. É o momento em que firmamos nosso compromisso com a espiritualidade, renovamos votos com os guias e agradecemos tudo que foi sustentado até aqui. É também um espaço de aprendizado, silêncio e escuta da natureza, onde cada elemento fala com quem sabe ouvir.
A Umbanda é muito mais que um ritual, é fé, é movimento, mas também é memória, tradição e continuidade. Oito anos se passaram e seguimos firmes, crescendo juntos e fortalecendo nosso caminho espiritual[2]. Quem vive sabe. E quem participa, jamais esquece. É obrigação, é amor, é raiz. Sarava à cachoeira, à mata e ao povo que nela pertence!
Referências:
[1] Negrão, Lísias Nogueira. Umbanda: entre a crença e o saber. São Paulo: Edusp, 1996 pág. 112.
[2] Prandi, Reginaldo. Segredos guardados: Orixás na alma brasileira. São Paulo: Companhia das Letras, 2005, pág. 21.
Galeria de Fotos:
Energia maravilhosa 💛
Momento único, de amor e fé!!! Só gratidão a nossa Casa Sagrada Jesus, Maria José !!!
Tudo muito lindo! Só quem vivencia sabe a força que é.