Patrimônio Vivo

*Por Mãe Gardênia d´Iansã

O Instituto Mãe Balbina, coordenado por Mãe Gardênia d’Iansã, é o grande promotor das expressões culturais afro-indígena-brasileira, como a tradicional Festa de Iemanjá da Prainha, fortalecendo o diálogo entre fé, ancestralidade e cultura popular no Ceará.

A XXX Semana Acadêmica da Universidade Estadual do Ceará, celebra o diálogo entre ciência e tradição, convidando a comunidade acadêmica a refletir sobre a presença do sagrado na formação cultural do povo cearense. Nesse contexto, destaca-se a Festa de Iemanjá da Prainha em Aquiraz, manifestação que entrelaça fé, arte e ancestralidade.

A Festa de Iemanjá, surgiu como um gesto de devoção e resistência, tornando-se um espaço simbólico de afirmação das religiões afro-indígena-brasileira. Idealizada pelo Centro Espírita de Umbanda Jesus, Maria e José, a celebração reúne pescadores, filhos de santo, artistas e estudiosos em torno do mar, reverenciando a Mãe das Águas e a força dos orixás.

Em 2025, o evento chegou à sua 13ª edição, consolidando-se como um marco no calendário religioso e cultural do Ceará. Sua realização é fruto de um esforço coletivo que envolve planejamento, fé e compromisso social. A cada ano, cresce o número de participantes, reafirmando o valor espiritual e comunitário dessa celebração.

Com 68 anos de resistência, o Centro Espírita de Umbanda Jesus, Maria e José permanece como guardião das tradições afro-brasileiras, mantendo viva a chama da fé e do respeito às ancestralidades. Seu trabalho ultrapassa o espaço religioso, promovendo inclusão, diálogo inter-religioso e valorização da diversidade cultural.

Este texto, assinado por Mãe Gardênia d’Iansã, Jean dos Anjos, João Dias, Eduardo Machado e Alexandre Almeida, reconhece a Festa de Iemanjá da Prainha como patrimônio cultural vivo do Ceará. Mais que um evento, ela representa o encontro entre o passado e o presente, fortalecendo a identidade e a espiritualidade do povo nordestino.

Texto: Filho de Pemba

Imagem: Acervo Instituto Mãe Balbina