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MÃE GARDÊNIA d´IANSÃ

  • Foto do escritor: Instituto Mãe Balbina
    Instituto Mãe Balbina
  • há 2 dias
  • 13 min de leitura

Secretaria da Cultura de Fortaleza – SECULT/FOR

EDITAL DE PREMIAÇÃO DOS POVOS E CUMUNIDADES TRADICIONAIS

 

 

  

Dossiê – Povos e Comunidades Tradicionais

 

 

 

 



Mãe Gardênia d’Iansã

Agente Cultural – Autora de um conjunto de obras relevantes na cultura com notório reconhecimento comunitário, contribuindo no acesso da população aos bens culturais, fortalecendo os registros históricos e culturais por mais de vinte anos de atuação.





 

 

  

 

"Os ventos de Iansã trazem a força da mudança e o poder da transformação, varrendo o velho e abrindo caminho para o novo, com a coragem e a intensidade de uma guerreira incansável."

* Mãe Menininha do Gantois

 






Dossiê – Povos e Comunidades Tradicionais


O dossiê da Povos e Comunidades Tradicionais é um documento essencial que apresenta de forma detalhada a história, as conquistas e o impacto da agente cultural frente a um grupo desenvolvendo projetos culturais ao longo do tempo.


Sua função principal é evidenciar a relevância e a contribuição para o cenário artístico e sociocultural, especialmente como um registro formal para parceiros, patrocinadores onde estimula a criação de políticas públicas para os agentes culturais, como forma de inclusão. Com isso, abrindo um leque de oportunidades para pessoas que até então são excluídas de participar e mostrar o seu talento.


Em um formato que combina texto e elementos visuais, o presente dossiê traz uma visão abrangente sobre a origem, as motivações e os valores que orientam as ações do grupo. Ele inclui um relato cronológico das realizações mais significativas, imagens de apresentações e projetos, bem como depoimentos e dados que comprovam.


Com o objetivo de fortalecer a identidade cultural e ampliar possibilidades de apoio e reconhecimento, o presente dossiê desempenha um papel importante com uma ferramenta estratégica para demonstrar profissionalismo, seriedade e o compromisso da agente cultural com a arte e a cultura.


No presente material, constam as informações necessárias para a devida avaliação: Resumo da atuação da proponente; Planilha demonstrativa das redes sociais, número de seguidores e volume de publicações com o devido alcance; Breve histórico da proponente; Currículo de toda sua trajetória; Contribuição de pesquisa bibliográfica; e em anexo separado, Portfólio com os registros de mais de 20 anos de atuação na arte e cultura do Estado do Ceará.


Resumo:

A proponente tem 53 anos de idade, nasceu em Fortaleza/CE, tendo mais de 20 anos de atuação comprovada na arte e cultura do Ceará; Foi consagrada Sacerdotisa de Umbanda em 2007, atualmente é a coordenadora do Centro Espírita de Umbanda Jesus Maria José, terreiro que completa 68 anos de resistência neste ano; Como líder espiritual e agente cultural, contribuiu para a valorização das práticas ancestrais religiosas e culturas tradicionais e populares, indígenas e afro-brasileiras; Sua influência ajuda a fomentar um espaço de aprendizado, inclusão e resistência cultural no Ceará, promovendo o reconhecimento e a importância da diversidade religiosa e cultural; Se destaca por sua capacidade de unir tradição e modernidade ao integrar a cultura ancestral às redes sociais; Com abordagem inovadora permite que ela amplie o alcance da produção cultural dos saberes da religiosidade com um público mais amplo; Por meio de vídeos, publicações e interações virtuais, Mãe Gardênia consegue educar, inspirar e fortalecer laços com comunidades além das fronteiras físicas, promovendo a visibilidade e a valorização das práticas da arte e da cultura tradicionais; Suas redes sociais tem mais de 60 mil seguidores, com mais de 8 mil publicações, tem superado 3 milhões de visualizações (quadro em anexo). O currículo e o portfólio trazem essas informações de forma detalhada.

 


Uma menina na Umbanda


A pequena Gardênia nasceu em 24 de março de 1972 dentro de um terreiro de Umbanda, na mesma casa onde hoje está o Centro Espírita de Umbanda Jesus Maria José, no bairro São João do Tauape, em Fortaleza, Ceará. Filha de Balbina Freitas de Lima e José Maria de Lima, a menina cresceu no mundo dentro da tradição afro-indígena-brasileira. Seu destino foi dado para exercer a caridade e Gardênia, desde cedo, entendeu que ser uma zeladora de terreiro era sua missão de vida.


Gardênia teve uma infância feliz em uma Fortaleza dos anos 1970 e 1980. Brincava com as outras crianças da rua, frequentava a escola, mas estava sempre de olho na vivência de sua mãe. Mãe Balbina do Caboclo Rei dos Índios, falecida em 2021, foi uma reconhecida Mãe de Santo da cidade e sua memória no campo dos saberes tradicionais de terreiro é celebrada de forma contundente pela comunidade umbandista do Estado do Ceará.


Como uma menina que já nasceu com mediunidade, Gardênia teve dificuldades para se adaptar no ambiente escolar. Achava-se, desde muito cedo, diferente das outras crianças. Conversava com seres invisíveis e tinha sonhos que a aproximava de sua ancestralidade. Sua visão de mundo a distinguia das demais e ela era, indiscutivelmente, predestinada a ser uma sacerdotisa.


A menina Gardênia não entendia, mas seu caminho foi traçado pela espiritualidade desde o ventre de sua Mãe Balbina. Iansã, seu orixá, firmou seu ori e a transformou em uma mulher de grande respeitabilidade dentro de sua comunidade. E seus guias a conduziram as práticas e saberes ancestrais de assistência espiritual.


Gardênia se tornou uma mulher respeitada em todo o Ceará com suas práticas humanitárias e de caridade. Uma mulher firmada na é, na esperança e na caridade, pressupostos da Umbanda Sagrada. Uma mulher de cura, uma mulher de fé, na esperança da caridade vem seguindo os caminhos dos que vieram antes, e com isso, abrindo caminhos para os que ainda não vieram.


CURRÍCULO

 

Nome: MARIA GARDÊNIA FREITAS DE LIMA

Nascida em 24 de março de 1972 na cidade de Fortaleza

RG: 93002098253                             CPF: 377.938.453-15

Nome Cultural: MÃE GARDÊNIA d´IANSÃ

Endereço: Rua Carvalho Júnior, 669 – São João do Tauape, Fortaleza – CEP 60.130-460

Contato: 85-986912784 e 85-999802130

Endereço eletrônico: jmjumbanda@gmail.com

“Material atualizado em março de 2025”

 

A trajetória de resistência e continuidade do matriarcado”

 

Este material vai abordar a trajetória de uma mulher de 53 anos, que nasceu no chão do terreiro de sua mãe, sim estamos falando dela, Maria Gardênia Freitas de Lima, conhecida como Mãe Gardênia D’Iansã, sacerdotisa  do Centro Espírita de Umbanda Jesus Maria José, criado em 1956, por sua mãe Balbina Freitas de Lima, Mãe Balbina do Caboclo Rei dos Índios. 

 

Vamos viajar no tempo, começando pelo dia de seu nascimento, 24 de março de 1972, sendo batizada na Umbanda com apenas um mês de nascimento, tendo como padrinho o Caboclo Tupinambá. Aos 14 anos, inicia sua caminhada no terreiro quando começa a girar com os guias, sendo consagrada mãe de santo no dia 18 de agosto de 2007, trabalhando principalmente com os guias Nego Chico Feiticeiro, Caboclo Tupinambá, Preta Velha Mãe Maria, Pombagira Maria Padilha, Exu Marabô e a menina Tapuia.

 

Mãe Gardênia d’Iansã tem atuação na defesa e da difusão da Umbanda através de iniciativas culturais e participações em produtos artísticos, em 2021 foi uma das protagonistas no documentário “Eu te Benzo, Eu te Curo - A ciência do galho na fé”, de Fernanda Azuka, que aborda a prática da cura através de rezas, benzimentos, orações e banhos de ervas praticadas por mães de santo da Umbanda; no curta-metragem “Narradores da Fé”, que destaca a necessidade do respeito religioso para com as expressões afro-brasileiras” e em lives e vídeos gravados e postados no canal do YouTube do seu terreiro. 


Mãe Gardênia d’Iansã coordena o grupo artístico Torres d’Oyá, criado em 1991 por Mãe Balbina, e que se apresenta em cânticos e movimentos próprios da cultura dos povos de terreiro, tendo como um dos principais objetivos ensinar a letra e o ritmo dos pontos cantados. No grupo, ela também atua como uma das principais intérpretes. 


Com a partida da Mãe Grande, em março de 2021, Mãe Gardênia d´Iansã assume definitivamente o comando do Centro Espírita de Umbanda Jesus Maria José, terreiro com mais de 67 anos de existência. De imediato o primeiro desafio da guerreira de Iansã foi cumprir os ritos fúnebres da mãe, como prevê a Lei de Umbanda, em seguida foi o ritual de preparação do terreiro para o novo comando, e para concluir, se fez necessário “tirar a mão de vumbe”, que trata da preparação dos filhos do terreiro para o novo comando.

 

Trajetória de Mãe Gardênia d´Iansã:


·         A terceira filha de Mãe Balbina, nasceu dentro do terreiro no dia 24 de março de 1972, leva o nome de Maria porque as Marias são as rainhas do mundo, Gardênia por representar uma linda flor que embeleza a vida e alimenta o amor, com um mês de vida foi batizada na Umbanda tendo como padrinho o Caboclo Tupinambá;

·         Quando a menina Gardênia tinha 14 anos em 1986, iniciou sua caminhada de filha de terreiro, começa sua trajetória seguindo os passos da mão, dá-se inicio a preparação daquela se viria a ser a herdeira espiritual da “Mãe Grande”;

·      Dez anos mais tarde, em 1996, aos 24 anos Gardênia auxiliava a mãe na coordenação dos trabalhos do terreiro, tanto espirituais, como também sociocultural, que era algo que Mãe Balbina não abria mão que fosse feito;

·         Em setembro de 2005, com o objetivo de institucionalizar a atuação do terreiro e dos seus agentes, por iniciativa de Mãe Gardênia d´Iansã, com o aval de Mãe Balbina, foi criado o Instituto Social Construindo a Cidadania. Esse nome foi escolhido para simbolizar a construção sociocultural que a resistência do terreiro promove, dando ouvidos aos esquecidos, com isso também democratizando a arte e a cultura para os que dele não tem acesso. Em 2021, passou a se chamara Instituto Mãe Balbina em homenagem à líder do movimento;

·         Em agosto de 2007, é consagrada Mãe de Santo, tendo atuação direta ao lado da mãe em todos os rituais do terreiro, sentia que a cada dia que passava a Mãe Grande vinha lhe moldando para algo maior, a casa passava a ter a “rainha e a princesa”, duas mulheres guerreiras com uma só missão, pregar a fraternidade com amor e caridade;

·         No ano de 2011, por determinação de Mãe Balbina, Gardênia começa a coordenar todos os trabalhos espirituais, sociais e culturais representando o terreiro, tendo seus passos supervisionados pela mãe;

·         Mãe Gardênia dá inicio à uma série de ações de enfrentamento à intolerância religiosa, o marco foi o ano de 2012, onde foram realizadas várias ações de resistência, com a defesa do direito consagrado no Art. 5º, da Magna Carta, do direito ao livre culto religioso;

·         Na mesma corrente de pensamento, em 2013 o Lar de Claras promove um debate onde a pauta principal foi “A Intolerância Religiosa”, foram convidados representantes de várias religiões, onde Mãe Gardênia d´Iansã foi convidada para representar a Umbanda;

·      Buscando a participação do poder público, no ano de 2014 articulou um encontro entre os representantes de terreiro com o secretário municipal de cultura, neste encontro foi pautado ações como o combate a intolerância religiosa, a inclusão sociocultural do povo de terreiro, em especial, a defesa das mulheres vítimas de violência por escolha do seu culto religioso;

·         Na semana da consciência nega de 2015, Mãe Gardênia d´ Iansã é convidada para representar as mulheres umbandistas na sessão solene da Câmara de Vereadores, na oportunidade ela apresenta a temática, onde sugere iniciativas em defesa das pessoas que sofrem intolerância pela sua escolha religiosa;

·         Foi convidada para participar do programa “Levanta a Poeira” da TV Diário, onde o tema proposto tratava da intolerância religiosa e a atuação da mulher nos terreiros de Umbanda;

·     Também em 2015, como coordenadora do Fórum Cultura de Terreiro, juntamente com umbandistas, participa do tombamento da Festa de Iemanjá. Com essa realização a Festa de Iemanjá de Fortaleza se tornou patrimônio cultural;

·         O Centro Espírita de Umbanda Jesus Maria José, representado por Mãe Balbina e Mãe Gardênia d´Iansã participam do documentário “Narradores de Fé”, que foi gravado em 2016, que abordou a relações de diversas religiões brasileira;

·         O ano de 2017 foi emblemático, quando por iniciativa de Mãe Gardênia d´Iansã vai para o ar o canal do terreiro no youtube www.youtube.com/channel/UCDZtbjYDO0zUYUUE89Ywkuw  com mais de 290 vídeos postados com os mais diversos temas, entre eles cultura, movimento de resgate social e orientações, tendo mais de 1 milhão de visualizações;

·         Foi protagonista da entrevista do canal Diálogo com os Espíritos do produtor Jefferson Viscardi, onde o tema foi “A Umbanda dá a riqueza da sua evolução espiritual”, na edição 757 que foi postado em 2018, tendo 80 mil visualizações, www.youtube.com/watch?v=d74d3NuMkR8 ;

·         Por iniciativa de Mãe Gardênia d´Iansã, em março de 2019 foi realizada a ação “A Natureza é o nosso Santuário”, onde com a participação dos integrantes do grupo Torres d´Oyà, foi realizada uma apresentação junto à natureza e após foi incentivado uma limpeza geral no local, está ação foi marcada por participação da comunidade local;

·         Com o abalo que a população teve na pandemia da covid-19 em 2020, por orientação de Mãe Gardênia d´Iansã, no dia 15 março, o terreiro foi um dos primeiro a suspender as girar e ações que poderiam aglomerar pessoas, sendo que o decreto do governo foi de 19 de março. Aliado a suspensão dos trabalhos, foram realizadas uma série de vídeos pelo canal do terreiro, onde passava orientações para as pessoas como proceder neste momento que ninguém sabia o que fazer;

·         Juntamente com Mãe Balbina, em 2013 dá início a Festa de Iemanjá na Prainha Aquiraz, em 2024 estamos na 12º edição, com essa ação a comunidade local foi brindada com algo que só via pela TV;

·         Em março de 2021, por força do destino Mãe Gardênia d´Iansã assume definitivamente o comando do Centro Espírita de Umbanda Jesus Maria José, terreiro com mais de 68 anos de existência. Como isso, muitas responsabilidades de imediato como cumprir o que prevê a Lei de Umbanda, em seguida foi o ritual de preparação do terreiro para o novo comando;

·         Com a inovação das tecnologias, no ano de 2021, foi colocado no ar o Blog Umbanda Jesus Maria José, rede social de domínio próprio onde são disponibilizados material sobre a religião de Umbanda, servindo também como portfólio eletrônico, acesso https://www.umbandajesusmariajose.com/ ;

·         Foi condecorada pela secretario Estadual da Cultura do Ceará, em 2022, com o “II Prêmio Expressões Culturais Afro-Brasileiras do Ceará, reconhecimento pela sua atuação em manter viva a cultura afro-brasileira, servindo de inspiração para outras pessoas que atuam no mesmo sentido;

·         No carnaval de 2023, mais uma vez, o Grupo Cultural Torres d´Oyà, onde o grupo integrou uma das alas do Afoxé Omorisà Odé, sendo bicampeão do carnaval de Fortaleza, desfilou como destaque no Maracatu Oba Oba, sendo homenageada na ala Mulheres Símbolo da Resistência, pelo Bloco Carnavalesco Zé Almir;

·  Em 2024, integrando uma das alas do Afoxé Omorisà Odé, o Grupo Cultural Torres d´Oyà, comandado por Mãe Gardênia d´Iansã contribuiu para o tricampeonato do Carnaval de Fortaleza;

·     No mês de outubro de 2024, recebeu o Certificado da XXIX Semana Universitária da UECE, onde contribuiu com o artigo: A Umbanda como promotora de saúde em Fortaleza;

·      Novembro de 2024, representou os umbandistas no 2º Afrocearensidades proposto pela Secretaria da Igualdade Racial.       


Mãe Gardênia d’Iansã em publicações


Mãe Gardênia é frequentemente convocada a participar de publicações acadêmicas e não acadêmicas que fortalecem a cultura de terreiro no Estado do Ceará. Seu nome está entre os primeiros a ser chamado por conta de seu trabalho ético dentro da religião e por conta de sua grande sabedoria na medicina tradicional de terreiro.


Muitos fotógrafos se escalam para fotografar as festas que Mãe Gardênia organiza. Beto Skeff, fotógrafo cearense renomado, apresentou fotografias de Mãe Gardênia em seu terreiro no Festival Encontros de Agosto, organizado por Patrícia Veloso, da Imagem Brasil Galeria.

Beto fotografou Mãe Gardênia para o projeto “Memória e Imagem – Oju Isese: Os olhos da tradição” pertencente da pesquisa de Kelma Nunes, intitulada “Esse Terreiro é Governado por Mulher” iniciada em 2015 com as mulheres de axé-saravá no Ceará[2]. São de Beto, também, as fotos da publicação “Mães de Saravá”, em que Mãe Gardênia está entre as protagonistas, assim com Mãe Balbina.


Mãe Gardênia, Internet e as Redes Sociais


No mundo contemporâneo as redes sociais são imprescindíveis para a comunicação e a transmissão de saberes e os valores da arte e da cultura. Mãe Gardênia, mulher do seu tempo, sabe disso e investe na produção de conhecimento por meio de plataformas como o YouTube, Instagram, TikTok, Página no Facebook e Blog que constantemente são atualizado com novos conteúdos.


Só o Instagram tem quase trinta mil seguidores que admiram a Mãe de Santo e aguardam, ansiosamente, novas publicações. Ética, Mãe Gardênia não pública cerimônias internas do seu terreiro. As imagens são de celebrações públicas que revelam a beleza estética da Umbanda. O Instagram do Centro Espírita de Umbanda Jesus Maria José é um encanto de se ver, arrastando seguidores de todo o Brasil.


O advento da internet tem permitido grandes evoluções para a humanidade, em especial, que registros da arte e da cultura dos povos de terreiros sejam transmitidos para um número imensamente maior de pessoas como audiovisuais, cantigas, histórias e práticas tradicionais, difundindo e preservando-as. Essa documentação digital tem contribuído para manter vivas as tradições orais, passando pelo conhecimento de geração em geração de forma mais acessível.


A presença online de figuras como sacerdotes, sacerdotisas e agentes culturais, como por exemplo, Mãe Gardênia d´Iansã, tem fundamental relevância no acesso ao saber e proporciona um diálogo intercultural, internet e as redes sociais fazem seu papel atuando como um meio de fortalecimento da resistência, inovação para a arte e a cultura do povo de terreiro, facilitando a preservação de suas raízes e sua adaptação para uma linguagem atual, facilitando o diálogo entre as gerações.


Fotografias, uma narrativa visual


Imagens não são só imagens, imagens são mapas de compreensão e formam oceanos de conhecimento. As imagens que estão neste dossiê comunicam, investem, especificam e são capazes de criar uma nova ordem. As imagens escolhidas para esta apresentação têm esta intenção: fomentar o conhecimento que Mãe Gardênia produz na cultura de terreiro investindo nos saberes compreensivos que as imagens nos dão.


A fotografia cita e não traduz ou informa. A fotografia utilizada como potência narrativa traz em si a complexidade da evocação de uma experiência humana (Barbosa, 2016). Adotar a fotografia como um instrumento metodológico neste trabalho significa dar forma às vozes e olhares daqueles e daquelas que contribuem para a produção de saberes (Copque, 2011, p. 150). A fotografia, neste sentido, é uma aparição. A fotografia, como a própria experiência da Mãe de Santo, é viva.


É de fundamental importância que tenhamos a compreensão, que ao olharmos fotos históricas, somos convidados a interpretar, questionar e reviver emoções que ajudam a manter vivas as memórias coletivas. A fotografia nos lembra que a história não é apenas algo lido em livros, mas uma coleção de momentos que podem ser vistos, sentidos e compreendidos em sua complexidade. Assim, as imagens, por si só, têm o poder de contar histórias completas e profundas, revelando verdades e nuances que transcendem qualquer explicação textual.


No anexo “Portfólio”, que consta no espaço definido pelo presente edital, demonstra ano por ano (2004/2025), as atividades de promoção da arte e cultural no Estado do Ceará, fazendo intercâmbio onde digulga a arte e cultura cearense para outros Estados do país. Cabe destacar, que no ano de 2012, o Centro Espírita de Umbanda Jesus Maria José sofreu um incêndio, e como quase a totalidade do seu acervo era físico muitos registros históricos se perderam.


Por que Mãe Gardênia d’Iansã deve receber o reconhecimento como sujeito ativo dos Povos e Comunidades Tradicionais de Terreiros?


Porque Mãe Gardênia d’Iansã, mulher cearense, nascida e criada em Fortaleza, tem trinta e oito anos atuando na medicina tradicional de terreiro. Esse saber e fazer foram transmitidos por sua Mãe Balbina do Caboclo Rei dos Índios (em memória) e hoje já são transmitidos para seus filhos e filhas de santo. Crianças, adultos e idosos têm espaço garantido no terreiro de Mãe Gardênia, Centro Espírita de Umbanda Jesus Maria José.


Mãe Gardênia tem notório reconhecimento público das suas atividades artísticas e culturais por mais de vinte anos. As atividades artísticas e culturais realizadas dentro e fora do terreiro contribuem para a ampliação e o fortalecimento da arte e da cultura, com isso, democratizando essas práticas.


Nossa proponente merece o reconhecimento por sua Trajetória Cultural, vem se tornando referência porque incentiva o processo de criação, formação e fruição das manifestações artísticas e culturais populares e tradicionais. Para ela fazer cultura só não basta, é necessário dar oportunidades aos mais jovens para que possam mostrar o seu potencial, e para isso, é necessário dar exemplos.


É de extrema relevância o trabalho que Mãe Gardênia realiza como agente promotora da cultura, sendo que seu notório reconhecimento potencializa, valoriza e promove os saberes e fazerem tradicionais da cultura cearense. Muitas vezes, as pessoas participam para conhece-la, e a partir dali começar a consumir o conteúdo.


Mãe Gardênia, em uma aposta inovadora, leva a cultura de terreiro para o mundo todo por meio de suas redes sociais, Blog e YouTube. Só no Instagram são quase 30 mil seguidores e três mil publicações. Reconhecida em diversas partes do país, Mãe Gardênia atua no mundo contemporâneo sem deixar a tradição e o legado da experiência de terreiro, segundo ela: “...devemos saber nos comunicar com todas as camadas da sociedade, em especial, com os mais jovens...”



 
 
 

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